Resenha: Orgulho e Preconceito

Olá meus caros leitores! Hoje venho por meio deste apresentar a vocês uma obra fantástica da eterna Jane Austen! Jane viveu no século finalzinho do século XVIII e início do século XIX e a ironia com que descreve os seus personagens a coloca entre os clássicos da literatura, pois sua obra é muito atual e comumente retomada no ambiente acadêmico como objeto de estudo. Não escreveu muitos romances, mas o seu legado é muito rico.
Jane muitas vezes foi julgada por não escrever sobre sua época, porém discordo disso de forma fervorosa. Jane viveu na área rural da sociedade inglesa , enfrentando todas as dificuldades que as mulheres de seu tempo viviam e o casamento é um dos temas mais presentes em suas obras, visto que era por meio deste que a mulher podia se firmar no mundo.
Tratando-se da obra Orgulho e Preconceito, Jane relata a vida de Elizabeth Bennet, a segunda de cinco filhas de um proprietário rural que tem que enfrentar os problemas relacionados as classes sociais, a educação e o casamento na sociedade inglesa aristocrata do início do século XIX. A história se passa em Meryton, uma cidade fictícia localizada em Hertfordshire.  Mrs. Bennet está eufórica com a chegada de um moço chamado Bingley que irá residir em Netherfield, próximo a eles e que tem fama por ter uma renda anual de cinco mil libras. Ela quer que o marido visite o novo vizinho para que possam se conhecer e quem sabe Bingley pode se apaixonar por uma de suas filhas.
Um baile é ofertado e todas as senhoritas Bennet comparecem e neste baile Bingley é recebido de forma calorosa pela comunidade, mas ele está acompanhado por seu amigo Mr. Darcy que não é visto com bons olhos por se manter distante de tudo e de todos. Bingley logo se encanta por Jane, a Bennet mais velha e Mrs. Bennet tem esperanças de que se casem muito em breve. Elizabeth, por sua vez, é considerada "tolerável" por Darcy quando lhe perguntam a respeito dela. A irmã de Bingley, Caroline, começa a paparicar Jane e pouco tempo depois do baile, convida-a para ir até Netherfield para jantar com ela e sua irmã Mrs. Hurst. No caminho, Jane é surpreendida por uma tempestade e acaba adoecendo, assim, tem que ficar hospedada na casa dos Bingley. Elizabeth, preocupada com a irmã, caminha três milhas para poder visitá-la e os Bingley lhe oferecem pouso.
Fica evidente o quanto Caroline Bindley a repudia, mas Mr. Darcy passa a olhá-la com olhos diferentes. Quando Jane fica boa, ela vai para casa e a família recebe a notícia de que Mr. Collins, o verdadeiro herdeiro de Mr. Bennet, está para vir visitá-los a fim de se reconciliar com a família. Tal notícia deixa a todos alvoroçados, pois Mrs. Bennet não quer deixar as filhas desamparadas quando seu marido morrer. Mr. Collins tem a intenção de pedir uma das primas em casamento e se interessa quase que imediatamente por Jane, mas Mrs. Bennet lhe diz que esta logo casará e o encoraja a pedir a mão de Lizzie. 
Esta, por sua vez, está muito encantada com um militar chamado George Wickham que está em Meryton com as tropas. Bindley oferece um novo baile em Netherfield e todos são convidados, neste baile, Elizabeth tinha esperanças de dançar com Wickham, o seu gentil soldado de milícia, porém ele não aparece. Mr. Collins a tira para dançar e ela se sente muito triste pelo infortúnio, visto que não suporta o primo e seus paparicos ensaiados. Depois, quem a surpreende é Mr. Darcy que a tira para dançar. Elizabeth responde sim quase que instantaneamente e se martiriza por isso, visto que Darcy julgou-a apenas tolerável. Porém, durante a dança, Elizabeth sente-se encantada e ao mesmo tempo irritada com Darcy, que tenta a todo custo agradá-la.
Logo após o baile, Mrs. Bennet tem certeza que Bingley pedirá Jane em casamento, mas não é o que acontece. Netherfield é desocupada pouco tempo depois sem nem uma explicação e os Bingley desaparecem deixando apenas uma carta para Jane. Nesta, Caroline diz que tem esperanças que o irmão se case com Georgiana Darcy e que eles não pretendem voltar a Netherfield.
Jane fica depressiva e a tristeza que assola a família é ainda maior quando Elizabeth recusa o pedido de casamento de Mr. Collins. Mrs. Bennet fica preocupada por não conseguir casar nem uma das filhas e não consegue controlar seus comentários ácidos que fazem Jane sofrer. Elizabeth convence a irmã a passar um tempo em Londres na casa de seus tios e assim a Bennet mais velha parte para a cidade grande a fim de se curar dos nervos.
Elizabeth recebe, não muito tempo depois, a notícia de que sua melhor amiga, Charlotte Lucas, irá se casar com Mr. Collins e se sente traída pela amiga, sentindo-se muito solitária, pois não podia mais confiar em Charlotte e Jane estava longe. O casamento foi muito comentado e Charlotte vai morar em Hunsford, próximo a Rosings Park, a propriedade de Lady Catherine, a benfeitora de Mr. Collins.
Algum tempo depois, Lizzie vai vistar sua amiga e descobre que Lady Catherine, na verdade, é tia de Mr. Darcy. Ela se encontra com ele muitas vezes durante o passeio a Hunsford e também com coronel Fitzwillian, primo de Darcy, que pretende fazer fortuna através do casamento. Nesta viagem, Darcy pede a mão de Elizabeth em casamento, mas ela o renega fervorosamente, acusando-o de ser orgulhoso e de mal caráter.
Ofendido, Darcy escreve uma carta onde esclarece que ajudou, sim, a separar Bingley e Jane, mas que foi pelo mal comportamento de toda a sua família, com exceção dela mesma e Jane. Também diz na carta que jamais fez mal a Wickham que o acusava de injustiça, dizendo que este não tinha um bom caráter e diante de toda a verdade, Elizabeth sente-se uma perfeita idiota.
Neste ponto do livro, Lizzie enfrenta a triste verdade de que poderia ter sido feliz e rica ao lado de Darcy, mas que sua chance foi jogada fora. Nós acompanhamos reflexões intensas da personagem até chegar ao passeio pelo distrito dos lagos com seus tios de Londres. Lizzie acaba indo parar em Pemberley, mansão de Darcy e lá ela tem absoluta certeza de que cometeu uma injustiça para com Darcy que se mostra gentil e amável. Mas, seu conto de fadas acaba quando uma carta de Jane chega dizendo que Wickham fugiu com sua irmã mais nova, Lydia Bennet, e que não tinha a intensão de casar com a mesma.
Transtornada, Lizzie e sua família voltam para Hertfordshire para amparar as irmãs e a mãe. A honra da família estaria manchada para sempre por conta da insolência de Lydia.
A partir dai, novos fatos acontecem e fazem Lizzie Bennet se apaixonar ainda mais pelo misterioso Mr. Darcy, mostrando a ela que nem o orgulho e nem o preconceito poderiam abalar este amor.
O final, bem, ai vocês terão que ler! A narrativa de Jane é irônica e mostra exatamente o papel da mulher na sociedade inglesa e através da voz desta heroína adorável que é Lizzie Bennet, podemos perceber que ela fala muito a respeito da futilidade das mulheres de seu tempo, não é apenas uma historinha de contos de fadas, na verdade, a personagem principal passa por várias provações. A narrativa flui de forma muito deliciosa, você lê sem conseguir desprender os olhos do texto e quando vê, o livro já acabou. É um dos poucos clássicos que conheço que tem uma linguagem acessível e de fácil entendimento, mostrando que de maneira simples, Jane Austen conseguiu criar um enredo magnífico.
Destaco apenas que há algumas passagens muito repetitivas no livro, alguns diálogos desnecessários, mas que não desmerecem a obra de forma alguma. No mais, é um livro que todas as idades podem apreciar e que mostram todos os lados bons e ruins da época. Após minha leitura, entrou para a lista dos meus livros favoritos, ao lado de O morro dos ventos uivantes. Só não fica muito claro o porquê de Darcy ser tão calado e arrogante, mas acredito que o prefiro de tal forma, mesmo que as vezes acredite que ele seja uma mera marionete da sociedade em que vivia. Gosto dele e ponto final.
O tema da obra é tão atual que podemos identificar muitos Darcy e muitas Elizabeth em livros atuais, o clássico é um sucesso e já ganhou inúmeras adaptações cinematográficas, eu recomendo a adaptação de 2005 com Keira Knightley e Matthew Mcfadyen e também a série de 6 capítulos de 1995 da BBC com a Jennifer Ehle e Collin Firth.
Agora devo partir, porque mais leituras me esperam! Até mais meus leitores!

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