Resenha: Lolita - Vladimir Nabokov

Olá leitores do meu coração! Hoje acordei extremamente disposta a postar algo novo aqui, já que terminei de ler mais um livro (aeeee). O nome da vez é Lolita do Vladimir Nabokov... Já devem estar pensando: Olha só que safadinha....
Para quem não leu Lolita e apenas ouve falar por boca de terceiros, devo dizer que não é um livro pornográfico cheio de cenas picantes a todo momento. Na verdade achei muito interessante que o próprio Nabokov fala a respeito disso em uma nota ao final da obra, o que muito me deixou interessada. Basicamente ele diz que uma obra não precisa ser a todo momento picante para ser boa, não precisa usar palavras chulas para se dizer erótica e mais umas coisinhas que deixo a vocês a dica de procurarem essas sábias palavras do autor. Eu, particularmente, gostei muito! Como sou escritora, ás vezes, enfrento dúvidas sobre o que por e o que não por para poder prender o meu leitor e com as palavras de Nabokov decidi que continuarei o meu ritmo, sem ser vulgar, sem exagerar e dar um quê de erotismo a algumas cenas dos meus livros que "merecem" tais erotismos... Mas voltando, voltando! Vamos falar do livro porque eu amei!
Confesso que demorei mais do que esperava para lê-lo, pois tem um ritmo um tanto peculiar, rápido em algumas partes, excitantes em outras e muito, muito lentas em outras tantas. Porém deixo claro que para os leitores de verdade, isso não será problema!
A história gira em torno de um homem (sob o pseudônimo de Humbert Humbert) que é pedófilo assumido por conta de um trauma de sua infância, quando sua amada Annabel, uma menina dourada de mente bastante evoluída para a idade, morre de uma febre terrível. O pequeno Humbert cresceu sem mãe, apenas com a educação do pai e enfrentou vários problemas psicológicos que o levaram a passar um tempo em um sanatório. O Humbert adulto começa a perceber que os seus interesses sexuais se voltam para meninas jovens, chamadas por ele de "Ninfetas". Compara os seus desejos aos de grandes nomes como Boticelli que amava sua Laura desde os 12 anos. Compara também seu desejo com homens de aldeias que tem seus próprios conceitos e podem copular a vontade com menininhas de 8 anos sem serem considerados criminosos. Então, sua primeira esposa, Valéria, é uma mulher com trejeitos de menininha, pois ele queria se sentir próximo ao universo das meninas jovens. Porém Valéria se torna gorda, irritante e mesmo Humbert não deixando-a, ela o faz alegando que ele não era um bom marido. 
Humbert decide se mudar para a América a fim de cuidar de um negócio que herdara de um tio e fica perambulando de um lado para o outro do país até ser convidado a passar um tempo em Ramsdale com a família McCoo. Humbert não pensa em ir, mas ao saber que o casal tinha uma filha de 12 anos, ele pega suas coisas e vai para a pequena cidadezinha. Humbert descobre que a casa dos McCoo pegou fogo e eles não podem mais abrigá-lo e acaba indo parar na casa da família Haze.
Charlotte é uma bela viúva que se mostra muito prestativa ao "nobre" europeu e aluga um quartinho para ele por tempo indeterminado, porém Charlotte é mãe de Dolores Haze... A perdição de Humbert, o conquistador.
Dolly, ou somente Lô, é uma garota de 12 anos muito precoce, despojada e rebelde que atenta os dias de Humbert, fazendo-o enlouquecer de amor. A fim de ficar mais próximo da garota Humbert acaba se casando com Charlotte que pensa em se livrar da filha muito em breve e começa tal empreitada mandando-a para um acampamento de férias. Humbert se vê angustiado perante a ideia de viver sem sua Lolita e começa a cogitar maneiras de matar Charlotte, mas é livrado de tal tarefa após uma torrente briga que desencadeia uma série de acontecimentos, levando a pobre mulher a morte.
Decidido, após a morte de Lotte, a não perder Lô, ele a busca no acampamento e juntos começam uma viagem alucinada por todo o país. Neste ínterim a perversa Lolita seduz Humbert, o fraco e o leva ao delírio ao possuir, pela primeira vez, o corpo de uma ninfeta. Humbert descobre que Lolita já havia sido desvirginada, mas torna-a sua professoreta e idolatra a pequena deidade com toda a sua insana paixão.
Fingindo que Lô é sua filha, eles acabam caindo na estrada por mais de um ano até que Humbert decide fazer uma pausa a fim de educar Lolita. Mas não parece uma boa ideia, visto que a garota tem suas artimanhas e planeja fugir das garras do pedófilo apaixonado.
Depois de ceder a inúmeros caprichos de sua Lolita e estar cego diante das atitudes da garota, Humbert parte para mais uma viagem, onde acaba levando a maior surpresa de sua vida, desde que começou tal insanidade.
O pedófilo e destruído Humbert terá de enfrentar seus próprios medos, superar sua loucura e mergulhar em uma intensa reflexão sobre sua vida desregrada, deixando nós, leitores, divididos. Gostar ou não gostar de Humbert? Eis a questão.
Não darei mai spoillers (risos), pois somente lendo é que o leitor vai me entender! Bem de positivo vejo que o livro foi muito bem estruturado e Nabokov foi bastante ousado ao criar o personagem Humbert Humbert, visto que não podemos condená-lo de ser apenas um pervertido, pois percebemos que ele realmente ama Dolores Haze e também não podemos livrá-lo totalmente da culpa. Dolly também é intrigante... Afinal, nós pensamos, qual é a dessa garota? Ela quer ou não quer? Em minha opinião Dolly Haze também não é inocente, ela apenas sente necessidade de viver os prazeres da vida muito precocemente e sente-se frustrada por não poder fazê-lo livremente.
De negativo eu diria que há passagens no livro muito massantes (coisas que o próprio autor diz compreender) e isso pode atrapalhar um pouco a fruição da leitura. No meu caso demorei 4 meses para ler Lolita, sendo que minha média para ler um livro é de duas semanas a um mês. O vocabulário é ótimo, mas realmente massante em certas passagens onde o ritmo do livro chega a quase parar.
Não diria que isto é um empecilho de leitura, na verdade, encaro como um desafio, pois ao descobrirmos o desfecho final, ficamos extasiados. Não sabemos mais se amamos ou odiamos Nabokov! Eu ainda não sei se somente o amo, pois fiquei com vontade de estrangulá-lo ao descobrir o final de Lolita... Mas, enfim! Não posso contar mais! Para os mais curiosos, saibam que tem o filme, mas eu mesma não consegui encontrá-lo, pois é antigo! Agora o livro é sem igual! Leiam e tirem suas próprias conclusões.

Agora irei os deixar meus queridos leitores, pois eu preciso continuar minha jornada de leituras que, diga-se de passagem, está esplêndida!

ps: Jurada pelas sombras está na gráfica meus queridos! Logo, logo meu bebê literário estará disponível para a venda.

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