Olá meus caros leitores, acabei de terminar mais um livro e segue abaixo a resenha! (lembrando que estou devendo a resenha de Convergente, até amanhã ela também sai!)
Vitor Hugo B. Ribeiro nasceu em 25 de Julho de
1964 na cidade de Jundiaí e atualmente vive em Sorocaba, interior de SP. O fato de
ter nascido no dia do escritor talvez tenha marcado para sempre o seu destino e
Átron é o primeiro livro de uma série de mesmo nome que contem cinco títulos.
Além da série, o escritor também escreve contos e crônicas, tendo muitos deles
publicado. Porém, vamos enfatizar o livro em questão: Átron, atravessando os
milênios.
O universo criado no livro é promissor. Criativo,
para ser mais precisa. O autor nos leva para uma Terra futurística onde viagens
espaciais não só são possíveis como se tornaram algo bastante comum. E Vitor
vai além, insinuando que o ser humano desafiou todos os limites colonizando
lugares que até hoje pensávamos ser inóspitos, como a Lua e Saturno. É
impressionante a quantidade de tecnologias
descritas no livro que fazem parte do dia a dia dos seus homens modernos, porém
em dados momentos percebemos diversos anacronismos descontextualizados e sem
razão de o ser em um futuro tão distante como 2763. Tentei de todas as
maneiras, encontrar razões para tais anacronismos e simplesmente não consegui
os justificar, mas são compreensíveis, visto que o autor se arriscou muito ao
avançar tantos anos na sua narrativa.
Percebemos que ele tentou criar uma utopia de
universo melhor, trazendo tais conceitos para o Brasil, país este que enfrenta
sérios problemas de corrupção, lavagem de dinheiro e tantos outros que se
fôssemos enumerar, tomariam muito espaço. Porém, acredito que faltou maturidade
no texto para que tal objetivo fosse, de fato, alcançado. Vitor conseguiu
transmitir sua mensagem, mas no decorrer desta difícil missão, deixou a desejar
em termos de escrita. Explicarei, pois, os motivos que me levaram a julgar
desta forma.
Em muitos momentos senti falta de um pouco mais de
ambientação. Eu não me senti preparada pelo texto para receber a morte de Dora
Sameros, por exemplo, simplesmente aconteceu e eu me senti desconfortável com
tal maneira de introduzir sua morte, da mesma forma me senti quando Toni
conheceu Milena. Em um parágrafo se conheceram e já estavam apaixonados!Para
que me entendam melhor, o que aconteceu, para mim, foi a falta de descrição.
Livros muito descritivos são tidos como tediosos, porém livros com pouca
descrição causam uma sensação de que está faltando algo. Logo, um meio termo
viria a calhar. Por isso, em muitos momentos me senti assim, sem reação diante
das coisas que aconteciam de maneira tão rápida e sem razão de o ser que não me
convenceram. Não consegui acreditar.
Nas palavras de D’Onófrio (2000), o personagem não
tornou-se mais real do que a própria pessoa. Não o conheci por inteiro, apenas
fragmentos dele, o que me levou a desconfiar da narrativa e não adentrá-la de
modo pleno.
Porém devo destacar que a coadjuventação foi
satisfatória. Não tínhamos apenas o personagem principal a tomar decisões,
haviam pessoas que tomavam a frente e se firmaram como personagens
imprescindíveis, faço ressalva a Douglas, o velho fazendeiro com linguajar
obsoleto e Janaína, a aspirante a policial que teve o braço mutilado.
Mas preciso dizer que não me identifiquei com o
núcleo antagonista, não consegui compreender os reais motivos para o que
fizeram, principalmente por não haver uma explicação plausível. Por exemplo, Atílio
Carvalhosa. No decorrer do livro repetiam-se inúmeras vezes que ele era sádico,
doente e outras coisas mais, porém, por suas ações, apenas vi um riquinho
mimado do futuro que se aproveitava do poder do pai. Sem mais. Não consegui, então,
identificar sua doença, o motivo real de ser chamado de sádico.
Quanto ao narrador, gostei de sua onisciência
neutra, pois ele nos expõem ao fato sem questionamentos, típicos desta
modalidade e que facilitou a fruição da leitura. O escritor também faz uso de
flashbacks, mas de forma sutil ao tempo cronológico/psicológico dos
personagens. O espaço é aberto, possibilitando a transição livre por diversos
lugares não muito caracterizados, mas ainda assim fascinantes. Acredito
veemente que este livro é, de modo geral, um bom livro.
Assim sendo, recomendo-o para pessoas que gostam
de ficção científica e uma leitura rápida. Também o recomendo para quem está
buscando uma “fuga” da realidade e viver algo totalmente diferente. Afinal, o
livro é carregado de ação, aventura, mistério e muitas viagens pelos wormholes! É fácil gostar de algo assim,
pois nos deixa com aquele incrível pensamento de “e se fosse possível” que só a
ficção científica é capaz de proporcionar!
Nossa amiga ! Que resenha mais completa, deixou as minhas no chinelo, hahaha, arrasou ! Beijinhos
ResponderExcluirMirian
http://blogmaisumlivronaestante.blogspot.com.br/
Ahhh que isso Mih! Eu apenas faço aquilo que me foi ensinado no curso de letras rsrs e sempre procuro trazer a teoria para fazer a crítica, assim, mostro que minhas palavras tem embasamento!
ResponderExcluirOlha, eu concordo plenamente com você quando diz que é arriscado avançar muitos anos na história. Principalmente porque nós estamos muito vinculados ao presente.
ResponderExcluirMas enfim, gostei muito da sua resenha, tem muita qualidade!
Bem, eu não leria. Não faz meu estilo, mas sua resenha ficou boa mesmo!
ResponderExcluirGostei do seu texto, mas acho que não leria o livro. sei lá mta doidera esse negócio de wormhole, me lembra muito stargate.
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