Resenha: O amante de Lady Chatterley — D.H.Lawrence

Olá meus caros leitores, aqui estamos novamente para mais uma postagem, desta vez eu tenho uma surpresinha para vocês. Todos sabem que amo ler e também escrever e por esse motivo busco inspirações em muitos escritores.  Certo dia, nossa professora de Tópicos de Literatura Universal nos falou sobre o livro O amante de Lady Chatterley e eu resolvi comprá-lo para ler. Resultado? EU AMEI!
   O escritor é D.H. Lawrence e eu o considero um gênio da Literatura Inglesa. Enquanto todos escreviam de acordo com o que a sociedade permitia, esse escritor inovou! Suas obras foram consideradas obscenas e proibidas para a época, mas ele não desistiu. O amante de Lady Chatterley, por exemplo, circulou clandestinamente e O arco- Íris foi recusado pelas editoras de Londres e só foi publicado anos depois em Nova York. Nesse sentido, as obras de Lawrence são fortes, naturais e descrevem os verdadeiros sentimentos humanos.
   O amante de Lady Chatterley é um livro bastante forte que narra a vida de Constance, uma jovem escocesa que se casa com um ex soldado mutilado na guerra. Clifford não pode lhe dar os prazeres carnais e não é um dos melhores maridos do mundo. Na verdade, ele é bastante egoísta e só pensa em si mesmo, principalmente porque ele é inseguro e tem medo de perder Constance para alguém que pode lhe dar aquilo que ele considera banal. A mulher faz um grande esforço para atender aos seus desejos, ajudando-o em tudo, sendo-lhe amável e gentil, mas Constance não nasceu para levar uma vida de "semivirgindade". Primeiro, deixou-se apaixonar por um jovem ator irlandês de melancólica personalidade, mas viu que aquilo não a levaria a nada e voltou para as águas paradas de seu casamento. Cada vez mais infeliz, observa como o mundo é cruel ao seu redor e como seu marido se torna cada dia mais odioso para ela. Logo, em um dia extremamente rotineiro, Constance conhece o guarda- caça de Clifford, o misterioso Mellors e começa a sentir coisas que considerava mortas dentro de si. Confusa, primeiro sente-se envergonhada por tais desejos, mas é como se fosse atraída para aquele homem simples, um homem do povo, parte daquele cenário que ela tanto odiava. O desejo de ter um filho também lhe fala alto, ela já não é mais uma jovem e consciente de que Clifford nunca poderia lhe dar isso, Constance se aventura por um caminho perigoso, onde ser Lady Chatterley não é mais importante do que sentir o prazer carnal nos braços de Mellors. Tendo consciência do seu adultério, ela terá de decidir: sua honra ou sua intensa paixão pelo guarda-caça?
   Um livro extremamente atual, não só pela liberdade sexual feminina, mas por se situar em um ambiente pós-guerra, numa sociedade como a nossa: dinheiralista, egoísta, industrialista ou simplesmente capitalista. O começo da obra é um tanto maçante, mas depois ela simplesmente fluí e você não consegue deixar a leitura de lado, as cenas picantes para a época, para nós, é bastante light e necessárias para entender o que a personagem sente. O narrador é onisciente, dando um ar mais plano da obra. Nós conseguimos nos sentir na pele dos personagens. O espaço é bastante aberto, os personagens transitam em ambientes descritos com maestria para nosso deleite, pois conseguimos até mesmo sentir os cheiros dos miosótis que Mellors dá a Constance em um dia de garoa... Enfim, é incomparável! Vale a pena conferir, pois além de ser um clássico da literatura inglesa, esse livro nos remente as personalidades, anseios e angústias que podem ser encontradas em cada um de nós.

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