Resenha: Adeus à humanidade — Márcia Rubim

Olá meus queridos, demorei, mas não tardei! Hoje vou trazer a vocês a resenha do livro da minha querida Márcia Rubim, sim eu estou falando de Adeus à humanidade, o primeiro volume da série vampiresca dessa escritora carioca que é pura simpatia!
Tive a sorte de comprar o livro diretamente com a Márcia na bienal do livro de SP e eles vieram autografados! Pensa na lindeza! Eu já os namorava há tempos e decidi trazer logo os dois! Então, com apenas UMA SEMANA, eu devorei o primeiro volume da série! Aliás, só demorei isso porque não havia tempo para ler... Imagine se houvesse?
Márcia Rubim é odontóloga e pós-graduada em odontogeriatria pela UFF, Niterói/RJ, sua cidade natal e é dotada de inúmeros talentos  no campo artístico (sim, ela pinta, desenha e canta! Além de escrever, é claro), por isso, descobriu logo cedo seu gosto pela leitura de histórias fantásticas, o que a inspirou, mais tarde a escrever e podemos dizer que esta carioca mostrou a que veio e conseguiu se firmar no coração dos leitores com a saga de Stephanie e Richard, dois seres que, aparentemente, não tinham nada em comum! A não ser a profissão, ela, enfermeira e ele, médico renomado. 
Stephanie, apesar de ter um pai bom do bolso e nunca precisar realmente de algo, decide que é hora de andar com as próprias pernas e corre em busca dos seus sonhos usando o dom da fotografia, o que a leva aos Estados Unidos por uma longa temporada. Stephanie faz faculdade de enfermagem por incentivo do pai para que ela ficasse no país. Seus pais eram divorciados e por isso foi uma tarefa muito difícil para a garota que teve que escolher entre a metade da família no Brasil (mãe, meio irmão e padastro) e seu pai e esposa. Por fim, ela percebe que foi uma sábia escolha, principalmente quando se forma em enfermagem e começa a fazer estágios no centro de hemoterapia, seguindo, de alguma forma, os passos do pai.
Porém, tudo o que ia muito bem acaba se tornando um pesadelo quando o pai vai para um Congresso em Londres e simplesmente desaparece, sem deixar pistas. Como se não bastasse, seu padrasto é assassinado e a mãe entra em colapso nervoso. Sem saber exatamente o que fazer, Stephanie segue a intuição de seu coração, pegando o primeiro voo de volta ao Rio de Janeiro.
A família, ainda em frangalhos emocionais, tenta se restabelecer, mas tudo parece difícil demais e a pobre Stephanie começa a carregar a mãe e o irmão nas costas e seu trabalho é a única renda da família, o que torna o dinheiro escasso. Além de tudo isso, Stephanie se sente vazia, como se não tivesse um lugar no mundo e todo aquele tormento não fosse passar nunca mais.
Por conta de tudo isso, quando sua amiga Anne lhe informa de um emprego em São Paulo, por intermédio da prima, ela decide aceitar e mergulha de cabeça no desconhecido a fim de encontrar seu real caminho e ajudar a família de uma melhor maneira.
O que a moça não esperava era que nesta mudança radical, ela encontraria seu verdadeiro caminho.
... Às vezes eu parecia um peixe fora d’agua. Sentia falta de ter um objetivo, de fazer planos para o futuro. Não fazia parte de lugar nenhum neste mundo...

Logo no primeiro dia de trabalho, após inúmeras dificuldades para se instalar em uma simples pensão, Stephanie se sente extremamente irritada com a conduta do melhor médico do hospital na parte de Hemoterapia: o doutor Richard Hanket. 
Dr.Richard ficou mais branco do que o costume e acabou virando furiosamente em minha direção.

— Foi a senhorita quem colocou este prontuario aqui? — Interrogou, nitidamente nervoso.
— Sim, mas...
Como sempre, ele não deixou que eu explicasse.
— Enfermeira Stephanie, por acaso comprou o seu diploma? 

O médico é tido como um verdadeiro operador de milagres, visto que jamais perdeu paciente algum e atende a todos com tanto afinco que casos considerados perdidos eram solucionados, tratados e curados por ele, porém, seu humor é dos mais terríveis possíveis e logo Stephanie descobre que nem uma enfermeira que o auxilia aguenta muito tempo e ela era a enfermeira da vez!
Ela precisa do emprego, não pode simplesmente abandonar a família e por isso engole o orgulho e tenta aturar todas as desaprovações do doutor perfeito que simplesmente não parece nunca satisfeito, mas, aos poucos, aquele irritante e lindo homem começa a povoar os seus pensamentos e a situação piora por conta da forma extremamente odiosa com o qual ele a trata.
A beira de um colapso, Stephanie decide pedir demissão e retornar para o Rio, mas o destino não lhe permite tal proeza e o destino da garota a leva a conhecer um lado da vida que jamais imaginou existir... Talvez, o doutor Richard não fosse assim tão odioso, na verdade, eles só precisavam de um pequeno empurrãozinho para admitirem que sentiam o mesmo um pelo outro e isso ocorre em uma festa do hospital onde o poderoso e indiferente Richard decide que é hora de tomar para si aquela enfermeira de lábios sedutores e cabelos longos.
Nesta altura, nós leitores, já estamos alucinados e eis que a maior surpresa ainda está por vir... Richard, tão belo, refinado, rico, inteligente... Era perfeito demais para ser humano! E Stephanie desvenda este mistério da pior forma possível o que a coloca diante de inúmeras contradições. Há a estranheza a maravilha, mas logo ela é aceita e o amor dos dois é tão intenso que nós podemos sentir este calor, mas como se não bastasse, pois sim, Márcia é audaciosa, mais uma dificuldade os assola... Uma doença hereditária que tende a levar Stephanie à morte. O que fazer diante de mais este dilema quando tudo parecia que iria ficar bem? Bem, convido o leitor a descobrir, pois eu não o direi!
Gostaria de ressaltar que é incrível a maneira como Márcia nos impõe a maravilha, é natural, parece que nós é que não enxergamos tal proeza, mas ela sempre esteve ali (Chiampi, 1980). Os vampiros de Márcia são bastante diferentes e confesso, fiquei me questionando a respeito disso, sempre vemos vampiros que queimam ao sol, ou brilham. Nunca que enfraquecem, por isso achei criativo. Também gostaria de elogiar a ambientação bem demarcada, o espaço que transita, ora aberto, ora fechado, ora psicológico. Isso enriqueceu muito o romance. As personagens também são bem definidas, o que nos ajuda muito, pois apesar de o livro ser narrado através da perspectiva de Stephanie, nós conseguimos ter uma visão ampla de tudo e a forma como a narrativa se constrói é cabível as teorias do romance moderno de Rosenfeld, onde não temos mais um personagem totalizador, ele é muito mais psicológico do que superficial. Conhecemos o seu interior, vemos com seus olhos e eu adoro isso!
Porém, gostaria de fazer algumas observações. Acredito que a partir do momento em que o "amor" se consolida, o livro torna-se bastante monótono. Eu estava super empolgada com o ritmo que estava tomando, o espaço mais aberto, a codjuventação mais presente e tudo mais, porém quando o livro passa a enfatizar Stephanie e Richard, fica somente neles. Não passa mais nada. Absolutamente nada. Temos inúmeras sequências de cenas românticas, mas que vão se tornando um tanto quanto desgastantes, já que eu adoraria saber o que todos no hospital pensaram, o que iria acontecer e tudo mais. Acho que faltou um pouco de ação, por exemplo, quando Richard foi atrás do pai de Stephanie. Imaginei um verdadeiro apocalipse quando li que ele ia, mas ele simplesmente não aconteceu. Pareceu-me simples demais, fácil demais. Enfim, acredito que poderia ter sido um pouco mais dinâmico. 
Mas tirando esse pequeno detalhe, o livro foi muito bom e me fez querer ler o segundo! Aliás, quando eu o ler, posto aqui para vocês, é claro! Recomendo muito Adeus à humanidade, principalmente para quem gosta de romance sobrenatural. Vai se esbaldar! Assim como eu delirei nas páginas até que não restou nem uma! E por hoje é só meus queridos, até a próxima!

5 comentários:

  1. Awn, muito obrigada pela resenha, Letícia! <3
    Achei interessante sua opinião a respeito do dinamismo do livro, considerando que a grande maioria dos leitores enxergou maior desenvolvimento da história justamente a partir dali, e confesso que o meu foco se concentrava mesmo na doença da Stephanie, sendo o restante coadjuvante do seu drama, e não o drama em si. Mas, enfim, fico feliz que tenha se divertido com Adeus!
    Beijosss

    ResponderExcluir
  2. Ah que resenha linda! Eu vi esses livros no dia que eu fui a bienal e conheci a Marcia, que me apresentou os livros, só não comprei porque meu dinheiro tinha acabado e as maquinas de cartão nao estavam funcionando!
    Mas assim que possível quero comprar e ler! =D

    Beijos
    Carolina
    http://aventurandosenoslivros.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  3. Então Márcia, eu acho que eu esperava isso. Na verdade, eu queria isso! Porque quando o livro foca muito no psicológico, na coisa em si, parece que fica muito preso aquela única linha. Mas deixo claro que o adorei e o recomendo, com toda certeza!

    Por isso Carol, pode comprar sem medo!

    ResponderExcluir
  4. Não vejo a hora de conhecer o Dr. Richard!
    Ele já me aguarda em meu Kindle!!!!! <3
    Adorei a resenha!!!!

    ResponderExcluir

Olá! Seu comentário é muito importante para nós!