Resenha: Mulheres que não sabem chorar — Lilian Farias

Olá pessoal querido do meu coração! Este ano está sendo muito produtivo para mim e eu vou lhes dizer o porquê: já consegui ler 20 livros! Isso mesmo, 20! Isso porque eu não tenho muito tempo, vocês sabem! Mas está rendendo e por este motivo hoje venho com mais uma resenha de um excelente livro nacional... Não sabem de que livro estou falando? Bem, eu vou lhes dizer: é Mulheres que não sabem chorar!
Esse livro impactante da escritora Lilian Farias, autora de O céu é logo ali, nos faz refletir muito sobre nossa vida perante a sociedade. Lilian é graduada em Letras/Português pela UFP e pós-graduada em linguística pela POSEAD entre outros títulos que a fazem ter certa sensibilidade para com o meio social e é partindo deste contexto que ela nos presenteia com uma obra unanime como Mulheres que não sabem chorar.
Lilian nos surpreende com sua narrativa fragmentada onde temos a presença de um narrador onisciente intruso e também de um narrador-personagem que faz toda a diferença para o entendimento da obra. Primeiramente somos tragados para o ano de 2044, onde temos um depoimento extremamente perturbador de Ana, uma sobrevivente das mulheres que não sabiam chorar e é partir disso que somos levados a conhecer Olga e Marisa, duas mulheres opostas em todos os sentidos.
Marisa, bem sucedida, uma vencedora, mulher forte e determinada que por conta de seu gênio, acaba se tornando extremamente controladora e por isso, seus filhos vão morar no exterior para se verem "livres" da mãe. Viúva, ela cuida dos negócios com punho de ferro e o cigarro é seu melhor amigo desde que o utilizou para conquistar o marido, que faleceu muito cedo. Nada parece atingi-la em seu mundo impenetrável, a não ser a solidão.
E Olga, uma pobre coitada, bêbada, desamparada, marginalizada pela sociedade. Perde sua única filha para o câncer e antes de morrer esta lhe faz um último pedido: pare de beber. A tarefa parece impossível, principalmente porque Olga já nem se lembra como foi que começou o vício pelo álcool, mas ela não pode decepcionar sua filha, pois percebeu, após sua morte, que ela era a única coisa sólida em sua vida. Assim, ela começa uma batalha contra si mesma, contra seu próprio interior e não sabemos em momento algum se Olga irá conseguir devido a sua instabilidade.
Então, eis a pergunta: o que essas duas mulheres tem em comum? Aparentemente nada, mas é ai que o leitor se engana... Elas são mulheres! E como mulheres, defendem uma a outra sem mesmo ter consciência disso. Por meio de uma situação inusitada, Olga e Marisa se aproximam e assim são surpreendidas pelos sentimentos que se afloram dessa estranha proximidade.
Mais do que um livro sobre amor, é um livro sobre a força do sexo feminino perante a sociedade, o sexo que sempre foi oprimido em sua constante luta para provar seu valor, sua força! Um livro que te prende do começo ao fim, onde temos ação, aventura, amor, mistério e uma pitadinha de erotismo. Tudo na medida certa! O espaço é aberto, há uma grande movimentação, há um discurso interior, um monólogo de pensamentos, tudo isso para prender o leitor do começo ao fim!
Eu realmente recomendo este livro que conta a história não só de Olga e Marisa, não só de Ana e Maria... Mas a história de muitas mulheres que por meio destas são representadas! Sinceramente, um dos melhores nacionais que li este ano! Com certeza a escrita de Lilian tem potencial e vale muito a pena conferir!
Por hoje é só, até mais meus caros!

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