Olá meus queridos amigos,
leitores e visitantes que estão a acessar o nosso blog pela primeira vez...
Hoje estou aqui, passando mal... Não, não pensem que estou mal de saúde, na
verdade isto é tão tóxico quanto, mas estou com uma ressaca literária que
está a me tirar o fôlego e toda vez que me lembro desta história, as lágrimas
vem aos olhos... Sem exageros!
Não sei se já conhecem o
livro do qual irei falar hoje, mas se não conhecem... Sinceramente, precisam
conhecer! Debrucei-me hoje a escrever esta resenha de uma forma que não desse
nem um spoiler, mas é muito, muito difícil! Acho que já sabem de qual livro
estou a falar, não é? O nome é O que me disseram as flores e a autora é Alane
Brito.
Alane nasceu em Ibotirama na
Bahia e se formou no “segundo grau” aos 16 anos. Na vida adulta, Alane se casou
e atualmente mora em Feira de Santana, dedicando o seu tempo à família e aos
seus livros, para a nossa alegria! O que me disseram as flores é o segundo
livro da autora que, em 2012, lançou O trio. Não sei, não posso dizer porque
ainda não li O trio, mas para mim, vai ser difícil superar a magnitude de O que
me disseram as flores. Por quê? Simplesmente porque é um livro mais do que bem
escrito e com um enredo tão incrível que você não consegue de desprender das
páginas.
Tive a oportunidade de
conhecer Alane por sermos colegas de Editora e então, decidimos realizar uma
troca literária para que pudéssemos conhecer a obra uma da outra. O carisma
dela me ajudou muito na hora de concretizar a troca e eu achei a capa do seu
livro muito sugestiva, afinal, o que as flores poderiam dizer?
Quando ele chegou, fiquei na
maior ansiedade para começar a ler, mas estava super atarefada e no começo, não
podia me dedicar muito ao livro... Porém, logo no início fiquei presa a
história... Sempre que podia corria ler uma página ou duas e ficava ansiosa
pelo que iria acontecer, mas, quando aliviou... Terminei o livro em duas
noites!
O que me disseram as flores
relata a ida da atual família Marques para a antiga fazenda onde seus
ancestrais moravam. Raquel, uma garota de cidade grande, não quer ir de jeito
nem um, mas é vencida pelos pais e quando chegam, fica deslumbrada com a
magnitude de sua nova casa, mesmo que não dê tais demonstrações. Na confusão da
mudança, ela acaba encontrando um quartinho secreto onde vários pertences estão
guardados e ao bisbilhotar, acaba encontrando um diário antigo de uma Marques
que até então, não conhecia. Ângela era seu nome e a curiosidade leva Raquel a
começar a ler o diário e é aí que somos transportados para Belo Parque, 1933,
onde uma garota rica foi destinada a casar-se com um rapaz antes mesmo de seu nascimento.
Ângela foi prometida a
William por causa da amizade de seus pais e quando Afonso morre, Santiago está
mais do que certo que é a coisa certa a se fazer: cumprir o último desejo do
amigo e também seu desejo. William é um rapaz lindo, apaixonado e da cidade
grande que virá a Belo Parque a fim de confirmar o noivado com Ângela que nem
suporta a ideia de ter que se casar contra a vontade, já que se diz apaixonada
por Felipe Albuquerque, o irmão de sua melhorar amiga, Lilian.
Assim, decidida a acabar com
esta promessa, quando William chega à cidade, Ângela decide fazer de sua vida
um inferno, começando por se livrar do anel de noivado que ele lhe dera,
enterrando-o em seu morto jardim nos fundos da propriedade. Ângela age como uma
menina rica e mimada, mas William está convicto de que pode conquistá-la e por
isso decide ignorar todas as suas rudezas.
Logo, os amigos de Ângela,
Lilian e Felipe, decidem ficar do lado de William e se tornam aliados
imprescindíveis na empreitada do jovem rapaz, porém, Ângela a cada dia se torna
mais irritadiça e obstinada a não se casar. Como forma de embromar o rapaz, ela
lhe pede que cultive seu jardim e quando este estiver florido, ela se casará
com ele, mas estava certa de que conseguiria fazê-lo ir embora antes disso, por
isso o pediu.
William, com todo o seu bom
coração, começa a fazer a difícil tarefa incumbida pela noiva e conhece seus
piores dias na companhia da mesma. Nós, leitores, temos vontade de pegar Ângela
pelos cabelos a todo momento e fazer ela parar de ser tão mimada! As descrições
de Alane também nos envolvem de uma maneira que ficamos aflitos esperando o
próximo passo da mente engenhosa de Ângela.
Uma das partes que mais
gostei, foi quando ela, audaciosa, empurra William sem querer da escada. Eu até
me senti mais aliviada por saber que ele apenas sofreu alguns danos, mas fiquei
extremamente feliz por vê-la sofrer com seu próprio veneno com medo de que o
tivesse matado... E essa, meus amigos ,é apenas uma das ínfimas coisas que ela
faz para ele. Já puderam imaginar a pessoa, né? Apesar disso, ficamos torcendo
para que William consiga domar esta megera que no fundo, só precisava parar de
ser tão orgulhosa.
Ângela usa as pessoas,
manipula a situação e não se dá por vencida nunca. Sempre tem uma resposta na
ponta da língua, o que em muitos momentos fazem seus pais ficarem de queixo
caído. Eu gostei muito dessa marcação na personalidade dela, assim como na de
William que é sempre íntegro e bondoso. A coadjuventação do livro também é
impecável, não tem como não nos apaixonarmos pela doce Lilian e seu coração enorme,
ou mesmo por Felipe. Por isso, posso apenas dizer que Alane conseguiu
transcender as barreiras do real e do imaginário, pois quando estamos lendo,
parece que realmente estamos a ler a história de uma pessoa de verdade, com
todos os altos e baixos que realmente acontece na vida real.
Adorei o ambiente, o espaço
e tempo da história, pois são delimitados com maestria. Não há lacunas ou
dúvidas, se você se perder, pode voltar algumas páginas porque pode ter lido
com sono e esquecido, mas se voltar, vai encontrar. O tempo psicológico e o
tempo cronológico são coerentes. O espaço varia e a narração de Alane nos faz
imaginar cada lugar com mínimos detalhes, mas sem ser cansativo e desgastante,
algo que considero de suma importância. A narração é em terceira pessoa e o
narrador é onisciente neutro, porém, também seletivo. Ele, ora narra de cima,
ora narra da periferia, ora narra de frente, dando-nos uma visão mais
totalizadora da situação.
É interessante também
ressaltar que o livro é in media res,
para quem não sabe, um livro in media res
se inicia no presente, há uma projeção ao passado e uma sequência futura. Este
estilo de narrativa foi consagrada em romances como O morro dos Ventos Uivantes
e assim como neste livro, o in media res
funcionou muito bem em O que me disseram as flores, na verdade, arriscar-me-ia
a dizer que este é o seu diferencial. A história não teria a mesma magia se não
o fosse.
Como pontos negativos, não
tenho muito o que falar, talvez alguma ortografia que passou aqui e outra ali,
mas isso de forma alguma prejudica a obra que, a meu ver (olhar de leitora e de
escritora), é mais do que bem escrita.
O Enredo é mágico, divino!
Confesso que há muito tempo não sentia tanta emoção ao ler um livro, ou mesmo
chorava (ok, um dos únicos livros que me fez chorar foi O morro dos ventos
Uivantes, ops, acho que todo mundo sabe que sou apaixonada por este livro!),
mas eu chorei neste... Alane chega a ser brilhantemente cruel! Extremamente
envolvente e só por isso consigo perdoá-la pelo desfecho desse livro... Como
disse, vou parar por aqui antes que jorrem spoilers... E eu não posso lhes
tirar o sabor desta leitura!
Recomendo esta obra a todos
que gostam de uma trama envolvente e conseguem sentir nas coisas mais simples
do dia a dia. Recomendo este livro para um momento em que você precise de
inspiração para seguir em frente, pois aqui, tenho certeza de que tirará muitas
lições, muitas das quais levará para todo o sempre! Concluindo este meu relato
que já está deveras longo, posso, sem sombras de dúvidas, dizer que este livro
é um dos melhores que já li na vida! Sem exageros!
Alane Brito chegou com tudo
em minha vida de leitora para ocupar um lugar especial ao lado do meu coração
de leitora e agora é, com toda certeza, uma das minhas escritoras favoritas!
Estou esperando o próximo!!!
Até mais meus queridos e não
deixem de conferir esta obra!
"Sem embromações, caminhou até ela, mas ao abri-la, viu que não tinha nada. "É por causa da chuva".O desapontamento obrigou-a a cogitar em uma justificativa." (p.163)
Letícia, como eu vou conseguir agradecer por essa resenha espetacular?? Menina, eu que tô de queixo caído!! *o* Cada dia que você fazia um elogio, me deixava tão feliz e agora já nem sei o que dizer. Tô muuuuuito lisonjeada, você não tem noção do quanto!!!! Obrigaaaaaaada!!! Você é maravilhosa!!!!!!
ResponderExcluirBeeeeeeeeijos!!!!!!
Olá Letícia,
ResponderExcluirresenha impecável como sempre. Gosto muito de vir aqui ler suas resenhas antes de comprar um livro! Mesmo! Este parece ser muito interessante, vou procurar sim.
Oie! Amei essa capa, deve ser um livro maravilhoso! Vou procurar saber mais sobre ele!
ResponderExcluirBjs, se puder comentar nessa resenha ajudaria muito:
http://resenhasteen.blogspot.com.br/2014/11/codex-popul-vuh.html#comment-form
Esse livro foi tão... Fantástico e importante em minha vida... Nunca li um livro tão bom. É o meu primeiro livro de época e eu já quero mais! Alane não podia ter escrito livro melhor...
ResponderExcluirConcordo plenamente!
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