Resenha: Os apóstolos do Apocalipse — Vitor Hugo B. Ribeiro

Olá meus caros amigos! Leitores e pessoal que está a acessar o blog pela primeira vez! Hoje venho com mais uma resenha de um livro nacional que eu fiquei impressionada! Tive o prazer de conhecer o escritor na Bienal do livro, antes disso, falávamos apenas pelo facebook. Então, realizamos uma troca literária que, para mim, foi bastante satisfatória e como sabem, agora tenho o livro autografado *--*
Bem, vocês já o conhecem! Com certeza! Eu já resenhei um livro dele aqui, o Vitor Hugo Ribeiro já publicou livros como Átron e A Busca (aqui resenha de Átron), porém lança neste ano de 2014 o seu melhor trabalho.
Os Apóstolos do Apocalipse não é nada convencional e eu confesso que fui surpreendida com o visível amadurecimento do autor que, ainda, está em contínuo processo de formação. Como não gosto de comparar livros, vou apenas dizer que em relação a Átron, Vitor Hugo deu um salto enorme rumo ao ápice de sua criação. É notável que o autor já possui sua marca registrada que é composta por enredos inusitados, muito sangue, ação e uma pegada na ficção científica. Acredito que ele se deu muito melhor neste livro por tê-lo pautado em nossa realidade e não ter avançado absurdamente nos anos "futurísticos".
Na verdade, Os apóstolos do Apocalipse se passa na década de 80, mais precisamente no ano de 1984. Devo observar que o tempo nesta obra é extremamente bem marcado e toda a trama principal se passa em um final de semana. No início temos a apresentação de um grupo de jovens calouros de Análise de sistemas que estão começando seus estudos na ICCA, o que nos remete a uma estória trivial de jovens universitários, mas não é isso que nos aguarda.
Ricardo (o autor ama nomes de personagens principais começados com R! Em Átron tinhamos o Rodrigo.) e seus amigos, nerds impopulares perante o público feminino, são alunos nota 10 e se contentavam em observar Andressa, a aluna mais bonita da classe, enquanto estudavam. Tinham tudo para se dar bem na faculdade, porém em uma ida ao CPD para programar cobol no Cobra, o jovem Ricardo descobre uma passagem secreta que levava a uma porta de aço. Assustado, ele resolve contar aos seus amigos, Heleno e Pencelle, mas ao retornar ao local, eles não encontram nada. Diante disso, Ricardo é tarjado de louco, e ninguém imaginava que tal descoberta fosse acarretar tantos problemas.
Intrigado com o que aconteceu, Ricardo começa a pesquisar sobre o local e descobre por meio de uma gentil secretária que o prédio da ICCA, no passado, foi ocupado pelos Apóstolos do Apocalipse, uma seita maligna que foi exterminada pelo governo. O prédio foi lacrado e anos após, reformado, dando lugar a Universidade.
Nádia, um tímida garota magricela da sala de Ricardo, é a única que acredita nele e por isso, vai ao CPD procurar a tal passagem secreta e também a encontra. Porém, Nádia é mais ousada e ao escutar gritos atrás da porta de aço, sai em disparada procurar ajuda encontrando no caminho Ricardo, Heleno, Pencello, Andressa e sua amiga Karina que, juntos, decidem chamar a polícia que nada encontra no local.
Crentes que estão certos, o grupo de estudantes acaba descobrindo coisas demais e iniciam uma aventura emocionante através do subsolo de Campinas, onde a morte é a última coisa com a qual devem se preocupar.
Morte, mistérios e situações para lá de bizarras, Os apóstolos do Apocalipse leva o leitor a rir, intrigar-se e querer saber mais! O que há por trás daquela porta? O que um diretor de faculdade e um importante empresário tem em comum? E o mais importante: quem, afinal de contas, são os tais Apóstolos do Apocalipse?
Isso tudo só descobrirá lendo o livro na íntegra! Bem, partiremos agora para a análise propriamente dita, sobre o narrador, ele é em terceira pessoa e possui onisciência neutra múltipla, ou seja, o foco narrativo alterna constantemente, mas o narrador não se intromete, ele limita-se a narrar os fatos de cima, o que, neste caso, causa uma sensação de dinamismo. O enredo é cativante e por ser breve, você consegue ler rapidamente. Sobre o espaço, devo dizer que se você é claustrofóbico, sentir-se-á assim ao ler a obra! Mas isso, com certeza, não é algo ruim. O autor mantém seu estilo de escrita rápida e minimalista, não se atendo a inúmeros detalhes, porém, neste livro, ele conseguiu não tornar isso absurdo.
Na verdade, é até mesmo favorável em muitos momentos. O tema de canibalismo foi algo que me surpreendeu muito, mas acredito que foi bem explorado no decorrer da obra, contudo, achei que houve um exagerado "massacre" durante um curto período de tempo. Tipo, será que as "pessoas" não estavam pensando nas consequências dos seus atos ao sair atirando por ai? Isso me causou um certo desconforto e eu pensava: Mas nossa... Mais um?! Acho que mortes, em muitos casos, servem para deixar o livro mais emocionante, porém em demasia e sem uma justificativa plausível, torna-se um tanto clichê. 
Outro ponto que me causou desconforto foi a repetição do nome composto de TODOS os personagens o tempo TODO! Não acho que isso seja necessário e em alguns momentos, tira a fruição da obra. Por exemplo, por que se referir a "Andressa Melina" e "Nádia Bruna Oliveira"  todo instante? Por não haver outra Andressa e nem outra Nádia, o leitor já compreende de quem estamos falando. Por isso, fica a dica para futuros trabalhos, não sei, pode ser só chatice minha, afinal tem leitores e leitores, mas para mim foi desgastante durante a leitura. É algo a se pensar.
Sobre a revisão do texto, foi quase perfeita. Passou pouquíssimos detalhes, como uma letra aqui, um hífen ali e um espaço acolá. Nada que prejudique a leitura ou salte aos olhos do leitor, isso eu garanto.
No mais, não tenho o que falar a respeito. É um livro criativo que vale a pena ser lido e se você é amante de ficção científica, está diante do livro certo! Acredito que esta temática agrada muito mais ao público masculino, mas da forma como foi abordada por Vitor, agradará meninos e meninas, jovens e adultos. Em outras palavras: Gregos e Troianos! 
Enfim, estas são as minhas sinceras considerações sobre esta obra muito envolvente da Literatura Nacional que veio para marcar o seu espaço, com toda certeza!
E agora fico por aqui, meus caros! Até a próxima!

2 comentários:

  1. Amiga!! Nunca li um livro que tenha uma pegada de ficção cientifica, porém , como mencionado, tem suspense, ação e sangue. Já conheci obras com essas características, gosto bastante, princioalmentr de um suspense, que deixa os nervos a flor da pele querendo descobrir o mistério pairado. Adorei sua resenha, ela é super convidativa à leitura. Confesso que fiquei curiosa. E também adoro seu toque de cinseridade. Pois devemos dizer o que achamos e não o que se quer ouvir. Parabéns pela resenha! Xoxo

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  2. Adorei a resenha sobre o meu livro. Os nomes compostos são minha característica, que difere de outros autores nacionais, e eu gosto, é meu estilo! Mas adorei oq ue escreveu e sigo aprendendo!

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