Olá pessoal, faz tempo que eu não faço uma resenha, não é mesmo? Perdão, isso não foi intencional, mas com muitas loucuras que andam acontecendo na minha vida (como o volta ou não volta da minha faculdade), tenho ficado sem tempo para ler... Err... Que vergonha! Mas é verdade, as coisas não estão fáceis, mas eu estou tentando e por isso acabei de terminar mais uma obra nacional que me fez ficar admirada com a criatividade da autora.

Ana Macedo é uma jovem escritora que além de ser escritora é revisora, tradutora e outras coisinhas mais e também é a autora de Lágrima de Fogo e A-LII Silenciados.

Tive o prazer de conhecê-la pessoalmente na Bienal do livro de SP ano passado e comprar o livro diretamente com ela, autografado e tudo! (aeeeeee!!!) Porém, como sabem, eu ando numa correria tão grande que somente agora, durante as greves da faculdade (haha) é que eu comecei a lê-lo e posso dizer: foi uma leitura angustiante, e no sentido bom, é claro!

Em um mundo devastado pelas terceira e quarta guerras mundiais, a sociedade que restou é controlada por um sistema autoritário chamado de a Voz e as pessoas vivem com medo do que pode acontecer. Os livros foram destruídos, o conhecimento é proibido e tudo o que as pessoas podem fazer é se "entreter" com o que a Voz oferece. Clones  são cada vez mais comuns, escorts também, que são animais que te acompanharão por toda a vida e é nesse cenário que conhecemos  Cinquenta e Dois, um clone que, por alguma razão, tem a capacidade de pensar. Allie, como passa a ser chamada por um dos cientistas que a resgata de um centro de pesquisa após testes horríveis, é inteligente. Ela acha que não deveria existir essa terrível separação entre humanos e clones, afinal de contas, eles não pediram para ser criados.

A audácia de Allie passa a encantar Sr. Muniz, e eles passam a viver um romance muito conturbado... Porém, nem tudo é bonito nesse lugar onde a inveja e o medo movem as pessoas. Também somos levados a conhecer Will, um garoto que mesmo sendo muito jovem tem que ajudar a sustentar a casa, já que seu pai é um ex soldado de guerra tomado pelo álcool. Will tem dois irmãos: Cedrico e Ailena, e ele faria qualquer coisa por eles. Até mesmo tentar livrá-los da vergonha de ter uma mãe prostituta que se vende para tentar sustentar os filhos. Em partes.

Tudo muda na vida dessa família quando Will recebe o seu escort: uma tigresa branca a qual chama de Traida. Juntos, vão se meter em algumas coisas ilegais e ninguém poderia imaginar que eles seriam a chave para uma revolução.

O destino de Allie e Will vão se cruzar, clones e humanos finalmente podem conviver juntos para lutar contra a Voz? Descubra se aventurando pelas páginas de A-LII!

Bem, o que eu posso dizer sobre o enredo? Achei-o em alguns momentos um tanto repetitivo, o livro tem 404 páginas e é lá pela 190 que eu realmente consegui começar a entender o que se passava, porém, acho que a forma como Ana conduziu tudo foi satisfatória. Eu esperava um pouco mais sobre o encontro de Allie e Will, mas gostei como tudo aconteceu também. Só acho que ficou algumas pontas que eu espero ser sanada em uma continuação, pois que final foi aquele? Meu Deus! Eu fiquei roendo minhas unhas e ansiosa por mais!

Quanto aos personagens, gostei da personalidade de Allie, ela é extremamente bem construída, já o Will, achei ele muito indeciso, perdido e ás vezes meio Maria vai com as outras, mas eu o perdoo, na situação dele eu também ficaria bem aparvalhada. O restante do pessoal reflete realmente a dureza do ambiente, e eu adorei o Tony. Simples assim!

Em relação ao espaço, acho que ele foi bem explorado por Ana. Eu consegui sentir cada dor de Allie nos centros de pesquisas, consegui sentir cada tiro que o Will levou e assim por diante, era angustiante, mas eu acho que quando chegamos ao acampamento, meio que fiquei perdida em entender como é que eles se escondiam tão bem.

O livro em si é muito bom, acho apenas que poderia ter menos repetição de palavras... Isso realmente me irritou e acho que a revisão foi bem fraca, o livro tinha bastante errinhos que me enervaram, mas nada prejudicial a leitura. Espero que em uma futura reedição, isso seja corrigido. Enfim, eu amei mesmo conhecer a obra e a escrita da Ana Macedo, com certeza vou acompanhar tudo daqui por diante, principalmente porque amei a referência ao livro 1989! Foi realmente bem bolado! Então, claro que eu recomendo o livro totalmente,  não é? Principalmente para os amantes de distopias! (como eu!)

Bem pessoal, por hoje é isso. Vejo vocês em breve!