Resenha: Distopia — Kate Willians

Olá pessoal, tudo bem com vocês? Como vão nesta linda sexta-feira de muito sol? Pelo menos aqui, na minha cidade, está um sol escaldante! Uhul! Fazia dias que não víamos a cara do sol, por isso estou mega feliz! Mas enfim, chega de papo, vamos logo ao assunto que nos interessa! Hoje irei falar de um livro mega especial, sabem por quê? Porque ele é a publicação da minha amiga, a querida Kate Willians de quem tenho falado bastante aqui no blog! Lembram-se? Claro que sim! Esse livro também é especial porque... Tcham, tcham, tcham, tchaaaaaaaaam!!!! Eu sou a revisora oficial dele! É isso mesmo! Foi meu primeiro trabalho como revisora e devo dizer que foi mais do que satisfatório, porque quando o livro é bom, o trabalho rende que é uma beleza! Concordam? Tenho certeza que sim! Então, vamos falar da história que é muito, muito boa!

Sinopse: Em uma sociedade governada por militantes, com um sistema incorruptível, as crianças são isoladas no regimento militar aos sete anos de idade e treinadas para serem soldados. Lá, eles aprendem da forma mais cruel a atirar e a matar, perdendo muito cedo a sua inocência. Depois da Grande Guerra, o mundo passou a ser dividido entre governantes e governados e cada um tem as suas dores, suas mágoas e limitações. E o que nos resta saber é: de qual lado você está? Porque no final das contas, não estamos vestidos para lutar... Assim como nunca estaremos vestidos para morrer...

Bem, o ano é 2064, após a Grande Guerra de 2016, a sociedade passou a ser governada por militantes, sendo divida em Norte, Sul, Leste e Oeste. Estes quatro Regimentos são liderados por seus respectivos coronéis em um sistema incorruptível e hereditário. Laura e Thiago são dois jovens nortenhos que vivem, por incrível que pareça, em mundos diferentes. Ela é uma governante. Ele um governado.
Os governantes representam uma elite dentro da nova sociedade, eles comandam o sistema político desigual, onde o que mais importa são suas patentes. Laura carrega o peso de ser filha do Coronel do Norte e liberdade é uma coisa que ela não conhece, sendo sempre controlada, mandada e criada para se calar. Os governados, por sua vez, é toda a gente que vive "fora" do muro. Aos sete anos, as crianças são obrigadas a se alistar no Regimento, sendo treinadas para serem soldados. Lá, eles aprendem a se defender, a lutar, a atirar e a matar. Não tem infância...Não conhecem a liberdade e perdem muito cedo sua inocência. Thiago era um seis, uma vez que eles não tem sobrenomes e sim números para demarcá-los, ele prometeu aos seus pais que seria forte e encararia sua dura missão com a esperança de que um dia poderia revê-los. Duas pessoas completamente diferentes, dois lados de uma mesma moeda que, apesar de ser a "mesma moeda", são completamente diferentes.
Ele pensa que ela tem tudo. Ela pensa que ele é que tem uma vida interessante e eles nunca imaginariam que os seus destinos fossem se cruzar em uma alucinante busca por liberdade.
Kate desenvolveu o seu mundo distópico de uma maneira tão palpável que você não consegue duvidar dele, você se entrega e acredita que, se nossa sociedade continuar no caminho em que está, a distopia dela pode ser tornar completamente real. O enredo é leve, e ao mesmo tempo chocante. Temos um narrador onisciente neutro que tudo sabe, ele é como um senhor de todos, que os observa narrando de cima, da periferia e ás vezes de frente. Logo, essa modalidade narrativa nos permite infiltrar-se na história completamente, conhecendo os personagens de forma brilhante. Os personagens, por sua vez, são maravilhosos! Você consegue se cativar com eles, sofrer junto deles, sentir suas dores e seus momentos de alegria. Confesso que a protagonista não me agradou muito, a Laura é meio birrenta e tem horas que eu tive vontade de estapear essa menina, mas Thiago e os seus amigos do Regimento são muito, muito cativantes! Eles tem um "quê" de verdade que não sei explicar, enquanto lia, era como se eles fossem meus melhores amigos e eu estivesse ao lado deles em todos os treinamentos e lutas. Simplesmente demais!
— Você é um deles.
— Posso ser um deles, mas meu coração não pertence a nenhum dos dois lados. Meu coração pertence à ideia de um mundo em que as leis são as mesmas para todos. (...)
O tempo é algo muito legal nesse livro, a autora avançou alguns anos no futuro, SIM, mas a obra está totalmente coerente! Tanto com o tempo psicológico, quanto com o tempo cronológico. Há também alguns recuos através de flashbacks do passado por meio de "Interlúdios" que nos permite compreender cada pessoa, e esses flashbacks, em alguns momentos, influenciam o futuro, o que achei muito interessante e inovador. Poderia arriscar-me ao dizer que o livro tem um "quê" de In media res, que é um recurso narrativo onde temos um fato presente, um recuo a um passado não muito distante e uma projeção para o futuro, mas Kate não fez isso de modo convencional, não, ela inovou!
O espaço também é extremamente essencial para a compreensão do enredo, e Kate o desenvolveu maravilhosamente! O espaço oscila, hora aberto, hora fechado e não tem descrições extremamente desgastantes, não, você lê muito rápido porque a escrita é bastante fluída e a leveza da história, mesmo em partes extremamente brutais, nos deixa de coração na mão. Está ai outra coisa que gostaria de ressaltar no livro: ele tem um ritmo muito gostoso de leitura, não é parado e monótono, então se prepare para viver todo tipo de aventura e levar muitas, mais muitas surpresas!
Ninguém no Norte possuía sobrenome. Todos eram chamados por seus primeiros nomes e a única coisa que os definia era o número da casa em que moravam. O número que representaria sua família, parentes e futuras gerações. Esta era uma das leis que servia até mesmo para os governantes, mas para eles não era o número que importava e sim o título de poder que carregavam. (...)
Enfim, eu gostei muito da obra! Mas gostaria de salientar que achei o final um pouco passivo demais, mas como sei que vai ter uma continuação, analisando por este ângulo, é compreensível, ficou a brecha certa para podermos embarcar no volume dois que, desde já, espero ansiosamente!
Recomendo este livro aos fãs de distopia e também para aqueles que querem conhecer personagens de ficção tão verdadeiros que não significa que "sejam falsos", eles apenas  não existe historicamente, as personagens de Kate chegam até mesmo a ser mais real do que a pessoa real, pautando-se na teoria de D’Onófrio (2000), pois elas não precisam se esconder atrás de um status social e se mostram como verdadeiramente são perante a sociedade, o que as pessoas muitas vezes não tem coragem de fazer.
Portanto, não percam a pré-venda de Distopia que ocorrerá em final de julho no site do Grupo Editorial Arwen, na loja Integrada Arwen Store. Eu irei comparecer ao evento de lançamento no dia 15 de Agosto na cidade de São José dos Campos, deixo o convite aos que puderem ir, e aos que não puderem, o convite para conhecer a obra e essa autora que veio com tudo!
— Você é a filha mais nova do Coronel? — Laura assentiu sorrindo, tinha muito orgulho de ser filha de quem era. — Ah. — A menina fez cara de decepcionada e Laura fechou as pequeninas mãos ao lado do corpo com força, fechando a cara.
— Por que a pergunta? — A outra menina deu de ombros.
— Porque não parece. Sempre quis saber quem você era e agora que sei, não me surpreendo. Esperava que você fosse... Melhor que todas nós. — Todas as amigas da garota magricela de cabelos louros assentiram, concordando. (...)

Boa sexta-feira, pessoal! Até a próxima resenha!


2 comentários:

  1. parabéns!!! resenha show!!! Não veja a hora e comprar o livro.
    também escrevo distopia: Êxodo - A Saga do Ouro Azul (retrata o Brasil em 2065 sem água)
    https://www.facebook.com/exodoasagadoouroazul

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    1. Opa! Bem interessante, gostamos da dica, Clovis, volte sempre!

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